PODCAST MEMÓRIA PRA QUÊ? - EP#3 - Para quê preservar recordações de passados traumáticos?
Podcast Memória pra quê?
#03 Para quê preservar recordações de passados traumáticos?
Neste episódio, o papo foi com dois especialistas dos estudos da memória. Letícia Mauzzucchi e Márcio Seligmann conversam sobre porquê as sociedades ativam memórias de passados traumáticos, quais são os limites para que o esquecimento não seja o vilão da memoria da nação, as principais potencias e fragilidades dos testemunhos nesse processo de evocação social das memórias traumáticas e muitas recomendações de materiais para quem quiser saber mais sobre o assunto.
Maria Leticia Mazzucchi Ferreira é professora Emérita da UFPEL. Docente permanente no Programa de Pós Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural. Atuou na formação do NEMPLUS (núcleo de estudos em memória e patrimônio em lugares de sofrimento). Participa de redes de pesquisa e reflexão sobre memórias traumáticas na Argentina,Colômbia, França. Tradutora do livro “Memória e Identidade” de Joel Candau.
Márcio Seligmann-Silva é Doutor pela Universidade Livre de Berlim, pós-doutor por Yale, professor titular de Teoria Literária na UNICAMP e pesquisador do CNPq e curador de exposições. É autor de, entre outras obras, Ler o Livro do Mundo (Iluminuras,1999, seg. ed. 2020, vencedor do Prêmio Mario de Andrade de Ensaio Literário da Biblioteca Nacional em 2000), Adorno (PubliFolha, 2003), O Local da Diferença (Editora 34, 2005, seg. ed. 2018, vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Melhor Livro de Teoria/Crítica Literária 2006), Para uma crítica da compaixão (Lumme Editor, 2009), A atualidade de Walter Benjamin e de Theodor W. Adorno (Editora Civilização Brasileira, 2009), A virada testemunhal e decolonial do saber histórico (Editora da UNICAMP, 2022), Passagem para o outro como tarefa. Tradução, testemunho e pós-colonialidade (Editora da UFRJ, 2022), Walter Benjamin e a guerra de imagens (Perspectiva, 2023). Foi professor visitante em Universidades no Brasil, Argentina, Alemanha, Inglaterra e México. Foi curador, entre outras, das exposições: “Hiatus: memória da violência ditatorial na América Latina” (Memorial da Resistência, Estação Pinacoteca, São Paulo, 21/10/17 a 18/02/18); : “MemoriAntonia: Por uma memória ativa a serviço dos Direitos Humanos” (Centro Universitário Maria Antônia, USP, São Paulo; abertura 04/11/2021 permanente); “MARCELO BRODSKY: EXÍLIOS, ESCOMBROS, RESISTÊNCIAS” (Museu Judaico de São Paulo, de 05/08/2023 a 05/11/2023)
Recomendações e referências
Filmes:
Que bom te ver viva, dirigido por Lúcia Murat
Nostalgia da Luz, de 2010; O botão pérola, de 2015, ambos dirigidos por Patrício Guzmán
Projeto Mawo – Casa de cultura Ikpeng, dirigido por Mari Corrêa, do Instituto Catitu
Argentina 1985, dirigido por Santiago Mitre
Desde que Otar partiu, dirigido por Julie Bertucelli
Textos e livros
Assmann, Aleida. Espaços da recordação: formas e transformações da memória cultural. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2011
Benédicte Savoy, também publiquei na Coleção Espaços da Memória, a luta da África por sua arte.
Benjamin, Walter. Sobre o conceito de história. Edição crítica. Organização e tradução, Adalberto Müller e Márcio Seligmann-Silva, São Paulo: Alameda, 2020.
Dossiê “A cultura como trauma”, in: Revista Cult, n. 205, ano 18, setembro 2015, pp. 34-57. http://revistacult.uol.com.br/home/2015/09/dossie-a-cultura-como-trauma/
Felman, Shoshana, O inconsciente jurídico: julgamentos e traumas no século XX, tradução Ariani Sudatti, revisão técnica Bruno Mendes dos Santos, São Paulo: EDIPRO, 2014.
Gilroy, Paul. O Atlântico Negro. Modernidade e dupla consciência, São Paulo, Rio de Janeiro, 2002.
Halbwachs, M. A Memória coletiva. Trad. de Laurent Léon Schaffter. São Paulo, Vértice/Revista dos Tribunais, 1990.
Hassoun, Jacques. Contrabandistas da memória, São Paulo: Blucher, 2023.
HUYSSEN, Andreas. Seduzidos pela memória: arquitetura, monumentos, mídia. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000.
Kilomba, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Tradução de Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Editora Cobogó, 2019.
Nascimento, Abdias. O genocídio do negro brasileiro, processo de um racismo mascarado. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1978
Oz, Amós. De amor e trevas. Trad. Milton Lando. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
Phillip Mena, Os paradoxos da memória: ensaio sobre a condição memorial contemporânea,
Ricœur, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Editora da Unicamp, Campinas, 2007.
Seligmann-Silva, M. “Narrar o trauma - A questão dos testemunhos de catástrofes históricas”, Psicologia clínica vol.20 no.1 Rio de Janeiro 2008. Departamento de Psicologia da PUC-Rio. Pp. 65-82. ISSN: 0103-5665. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652008000100005&lng=en&nrm=iso&tlng=en
Weinrich, Harald. Lethe. Kunst und Kritik des Vergessens, München: C.H. Beck, 1997.